Como projeto de iniciativa do pesquisador GPIDOC Arnaldo V. Carvalho, o LabJog anuncia que a interrupção de suas atividades externas pelo Covid se soma ao luto pelo falecimento de nossa pesquisadora-chefe e grande incentivadora, Professora Malu Melo. A seguir, nota oficial do GPIDOC.
NOTA DE FALECIMENTO
É com extremo pesar que o Grupo de Pesquisa Identidade(s) e Saberes Docentes – GPIDOC – vem comunicar o desenlace de nossa querida professora doutora Maria de Lourdes de Melo Pinto, no último dia 22 de junho de 2020.
A professora Malu, como era carinhosamente chamada, ocupava os postos de pesquisadora-chefe e coordenadora de nosso grupo de pesquisas, do coletivo de Mobilização Educacional do ISERJ, o Mob.E-ISERJ, e do Laboratório Lúdico do ISERJ. Além de atuar como docente de diversas disciplinas do curso de Pedagogia. Acreana de nascimento, estabeleceu-se desde criança no Rio de Janeiro, onde cursou Música e Letras-Literatura. Foi discente da UERJ e da UFRJ. Atuou profissionalmente na UERJ e na UNESA. Era apaixonada por literatura em Língua Portuguesa e suas teses discorriam sobre a voz da mulher na literatura em diversas épocas.
Sua atuação como docente foi marcada pelas interações da intertextualidade, o respeito pela diversidade da cultura brasileira, principalmente do norte e do nordeste brasileiros e pelas possibilidades didáticas que fruíam das diversas linguagens e expressões artísticas. Implementou disciplinas inovadoras que permeavam a formação docente com práticas educativas integrais, tais como a de Aspectos Biopsicossociais e Novas Posturas Docentes, fazendo-nos refletir acerca da formação do Ser Integral. Costumava encantar a todos com a sua capacidade de tecer saberes, desenvolver projetos, criar eventos e despertar o potencial de cada um de seus neófitos.
Mia Couto, um de seus escritores favoritos, tem um trecho significativo, sobre como nos sentimos nesse momento de despedida:
Escrevo bem, silêncios, no plural. Sim, porque não há um único silêncio. E todo o silêncio é música em estado de gravidez.
Quando me viam, parado e recatado, no meu invisível recanto, eu não estava pasmado. Estava desempenhado, de alma e corpo ocupados: tecia os delicados fios com que se fabrica a quietude. Eu era um afinador de silêncios.
Uma ausência que nos toca, mas como ela mesma faria questão de lembrar-nos, traz o tempo de afinar silêncios e gestar os sonhos que com ela tecemos. Momento de adeus e de dor, de pausa e de reflexão, e, principalmente, de externar a nossa imensa gratidão por tão afetuosa partilha de vida, de sonhos e de saberes.
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Nota redigida por Cristina Pedrosa, membro do Grupo de Pesquisa Identidade(s) e Saberes Docentes – GPIDOC, a pedido. https://widgets.wp.com/likes/index.html?ver=20190321#blog_id=159930040&post_id=4&origin=gpidoc.wordpress.com&obj_id=159930040-4-5efe2e231e967